Dr. Antônio Soares Júnior
Estudou preparatórios com o Cel. Bento Praxedes e o Dr. Paulo Loureiro de Albuquerque. Em 7 de setembro de 1900 matriculou-se no Colégio 7 de Setembro, do professor Antônio Gomes de Arruda Barreto, que na época funcionava no mesmo prédio onde está instalada a Faculdade de Enfermagem. Concluiu os estudos parcelados em 1904, ingressando na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo o curso de Farmácia em 5 de dezembro de 1905. Foi aspirante ao Internato do Hospital de Santa Izabel, na Bahia, em 1907, nomeado interno efetivo em 18 de dezembro de 1907, posto em que serviu até 1909, quando se doutorou em Medicina, defendendo a tese "Ligeiras Considerações sobre o Lupus William", como nos informa o historiador Raimundo Soares de Brito.
Voltando a Mossoró ingressou na política e exerceu vários cargos eletivos, tendo sido deputado estadual nas legislaturas de 1913, 1916 e 1930. Foi vice-presidente da Intendência no período 1917/1919, quando o município era administrado pelo farmacêutico Jerônimo Rosado. Foi suplente de Intendente de 1920/1922 e Prefeito de Mossoró por nomeação do Interventor Mário Leopoldo Pereira da Câmara, no período de 21 de setembro de 1933 a 4 de novembro de 1935, tendo disputado neste último ano a suplência de Senador da República pelo PSN, sem êxito. Chefiou por vários anos uma facção política do município, empunhando a bandeira da oposição. Segundo o historiador Lauro da Escóssia, "o Dr. Soares Júnior, enquanto político partidário, mantinha atitudes pacíficas. Quando a cidade se desencadeava no agravamento de paixões políticas, e ao saber de qualquer medida policial contra adversários do governo, pessoalmente a reprimia, de forma a evitar mais duro constrangimento à comunidade mossoroense. Na campanha eleitoral de que estava empenhado o interventor Mário Câmara, contra o dr. Rafael Fernandes, eleito governador do Estado, não foram poucas às vezes em que o dr. Soares Júnior, na qualidade de chefe político situacionista, interferiu no propósito de evitar atos de violência, chegando mesmo a divergir de outros políticos locais, seus amigos, que desejavam ver vitoriosa, de qualquer modo, a pretensão governamental. Nessa posição, a conduto do ilustre mossoroense, que mesmo enfrentando os dissabores de uma derrota eleitoral, dela se saiu com dignidade e altivez".
Durante a sua gestão como Prefeito de Mossoró, foram acontecimentos de destaque a nível local e nacional: a promulgação da Constituição Brasileira e a eleição de Getúlio à Presidência da República; a equiparação da Escola Normal de Mossoró com a Escola Normal de Natal; a eleição do dr. Rafael Fernandes para Governador do Estado e a criação da Escola Técnica de Comércio União Caixeiral.
Como médico, exerceu sua profissão com dedicação, tendo formado um amplo círculo de amizade em meio aos seus conterrâneos, principalmente do sexo feminino, dada a sua condição de obstetra.
Exerceu o magistério como titular da cadeira de matemática da escola Normal de Mossoró, de cujo estabelecimento foi vice-diretor, chegando a dirigir o educandário em várias oportunidades.
Era matrimoniado com D. Josefina Gurgel Soares, filha do desembargador Felipe Nery de Brito Guerra. Dedicou-se, nos últimos anos de sua vida, à indústria salineira e a agricultura. Faleceu em 12 de janeiro de 1966. Mossoró prestou-lhe homenagem emprestando o seu nome a uma rua da cidade, situada na distrito 607, no bairro Aeroporto.
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